A minha mãe {circa 1968}
Faz anos hoje. Nasceu em 1949. No ano em que Egas Moniz ganha o prémio
nobel da medicina. Ano da criação da NATO. Ano em que a U.R.S.S. (era a antiga União Soviética meninos e meninas da nova geração) testa a
sua primeira bomba atómica. Ano dos primeiros Emmys. Viveu a adolescência
durante os loucos anos 60. E sobreviveu à primeira metade psicadélica de 70 e à
segunda metade disco também. Um feito em si. Na metade psicadélica de 70 nasci
eu. Não sei o que quererá dizer. Mas ainda bem que aconteceu. Veio da Argentina
para Portugal para os EUA e de volta a Portugal. Na Argentina viveu e cresceu numa ilha. Ia
de lancha para a escola. Estudou. Formou-se. Trabalhou. Sonhou. Lutou. Sobreviveu. Venceu. Do pai herdou a bondade infindável e o gosto por uma boa
gargalhada. Da mãe herdou a sapiência e coolness típica de uma matriarca. Dela
herdei o bom senso, a garra, a resiliência e a capacidade de amar e sonhar. Dela herdei o gosto pela fotografia. Dela herdei a minha primeira máquina. Uma
velhinha Yashica que ainda hoje guardo. Com ela aprendi a admirar a força das
mulheres. Com ela aprendi a
gostar de Beatles, Anne Murray, Abba, The Carpenters, Neil Diamond. Comigo ela aprendeu a gostar de hard rock. Punk nem por isso. E continua a não morrer de amor pelas minhas tattoos. Mas não se pode ter tudo, né. Com ela aprendi muito. Só não aprendi a engolir comprimidos. Ainda hoje dissolvo
os ben-u-rons na água. Continua com um sotaque espanhol que teima em desaparecer. Uma forma esquisita de pronunciar os S's. Liga-me sempre à hora das refeições. Almoço ou jantar. O que me irrita profundamente. Gosta de grandes conversas telefónicas. Logo comigo que odeio falar ao telefone e que uso o telefone como uma máquina de telegramas. Mas mesmo assim gosto dela. O meu filho adora-a. Cada vez que lhe pergunto se quer ir a casa da avó, é como se lhe oferecesse o mundo. É uma grande amiga. Uma grande mãe. Uma grande avó. É uma grande mulher. Ou melhor, uma mulher com M grande. Parabéns pelos teus anos de
vida e e obrigado pelos que partilhaste comigo. Sei que as minhas irmãs sentem o mesmo. E os netos vão pelo mesmo caminho. Feliz cumple madresita.
Muitos parabéns à tua mãe!
ResponderEliminarhomem sem blogue
homemsemblogue.blogspot.pt
Parabéns, é lindo ouvir estas palavras de um filho.
ResponderEliminarParabêns à mãe. É um orgulho ter um filho assim.
ResponderEliminarOntem também dediquei um pouco do meu dia à minha mãe. Ela é especial e merece ouvir isso todos os dias, e às vezes perdemo-nos um pouco em esquecimentos, mas ontem não foi o caso. Parabéns à tua mãe e um beijinho para ti*
ResponderEliminarQue engraçado, a minha mãe também é argentina e também veio para Portugal e também ela reúne nela todas as qualidades que só uma verdadeira matriarca pode ter. Não há dúvida que a Argentina é uma óptima "produtora" de mães.
ResponderEliminarParabéns à sua mãe :)
Parabéns à mãe... precisamente mais nova do que eu um ano!
ResponderEliminarParabéns a mãe. =)
ResponderEliminarUm beijinho, Andreia ♡
http://pontofinalparagrafos.blogspot.pt
Bonita! Parabéns á Mãe :)
ResponderEliminarGosto de ti . Gosto do que escreves.
ResponderEliminarUm dia gostava que ela escrevesse assim de mim. Parabens pela mãe que tens e pelo filho que és
ResponderEliminar