O Kanye West é um estupor é verdade. Mas ser pai às vezes faz de nós um bocadinho menos estupores. Fui não poucas vezes um estupor. Às vezes ainda sou. Mais do que gostaria. Como bom estupor que sou, costumo ser estupor com as pessoas que mais amo. Como boa alma que sou, sinto-me na merda quando o sou. Mas quando o meu filho nasceu alguma coisa mudou dentro de mim. Não sei se acontece sempre, mas comigo aconteceu. Continuo a ser um estupor às vezes, é verdade. Às vezes para quem amo. Mas amo hoje mais e melhor. A minha família, os meus amigos e até quem não conheço. Aos que me querem mal ou não me querem nada, no hard feelings.
Olho para o meu filho e vejo nele o reflexo de quem sou hoje. E quem sou hoje devo-o muito a ele também. É como estar à frente de um espelho com outro espelho. Tenho orgulho na pessoa que ele se está a tornar. Com 4 anos tem nele um capaz emocional de longe maior que os passos que dá. Um coração enorme no corpo de um menino. É um menino que pensa nos outros. Que partilha tudo o que tem. Que ama gratuitamente. Que quando viu a prima a chorar, foi buscar o boneco preferido dele e pôs-lhe ao colo. Sem dizer nada. Um menino que quando caí e desloquei o braço à frente dele, veio a correr para tentar me pôr o ombro no lugar. Um menino que se zanga quando vê alguém fazer mal a um animal, mesmo que seja um peluche. E hoje quando me estava a vestir com um só braço, depois de eu vestir a camisa ele veio junto de mim e sem dizer nada, começou a tentar abotoar-me os botões. Baixei-me e dei-lhe um abraço. Sim às vezes sou estupor. Às vezes para quem mais amo. Mas como diz o Kanye West na música "Only One", não sou perfeito mas sou mais do que os meus erros. E foi isso que vi hoje no meu filho quando ele lutava com o botão, na tentativa de me abotoar a camisa por eu estar com o braço imobilizado. Vi-me como mais do que os meus erros. Porque alguma coisa devo estar a fazer bem. Para ter um filho assim.
* Only One foi escrito pelo Kanye West que é um estupor, mas que conseguiu escrever isto na perspectiva da mãe que já morreu, a olhar para ele e a falar com a filha através dele. Uma ode à paz interior.
Nota. Tem a participação do Paul McCartney nas teclas e na composição. O vídeo é realizado pelo Spike Jonze.
Oh, meu Deus, coisa mais liiiiiiiiiiiinda!!!!
ResponderEliminarmagnífico :)
ResponderEliminarGosto de homens que sabem ser choninhas, mas assim à macho. E isto não faz sentido nenhum. Olha, tentei.
ResponderEliminarEles (os filhos) são a nossa maior e melhor obra :)
ResponderEliminarPossa que este post pos-me em pele de galinha.
ResponderEliminarPalavras que emocionam. Nao conheço esse miudo mas so de ouvir falar ja o admiro! :)
Sem duvida que por de tras de um coraçao assim so pode estarem grandes pais ;)
oh pá, tão bonito :')
ResponderEliminarConfesso que não vi o vídeo do Kanye West, que é um estupor, mas a história é bonita. Como pais, devem estar a fazer as coisas bem.
ResponderEliminarE depois acontece "destas coisas" ter orgulho em alguém que apenas conhecemos virtualmente!
ResponderEliminarClap Clap Clap!
Lindo!
ResponderEliminarParabéns tens um filho fantástico.
Seja lá o que estejas a fazer continua porque está a ter ótimos resultados.
Todos temos de ser estupores às vezes, mesmo com as pessoas que mais amamos, faz parte.
E é tão bom quando os nossos filhos são o nosso melhor...
ResponderEliminarBravo!
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