20/11/2014

O MELHOR DIA DO ANO


Apesar de estar com uma gripe filha da mãe, apesar do frio e da chuva, apesar do meu cão ter comido a cama que lhe comprei há 2 dias, apesar de ter que pagar 400 € numas análises para o meu filho, apesar de não ter mais férias para gozar este ano, apesar do vento on-shore, apesar disso tudo, hoje é o melhor dia do ano. É o dia nacional do pijama*. Significa isso que hoje os miúdos e as miúdas vão vestidos de pijama para a escola. Ou seja, significa isso que é só tirar o meu filho da cama tal qual está e enfiá-lo no carro. Tout court. Ah, se todas as manhãs pudessem ser assim. Não me entendam mal. Adoro a minha família. Mas o meu filho tem um acordar de m*#da. Não é só na beleza que sai à mãe. As manhãs são dramáticas. Se pudesse mais ou menos comparar, as manhãs seriam tipo aquele programa Wipeout. E uma das tarefas mais difíceis é vesti-lo. Vesti-lo é o equivalente a fazer um cubo Rubik pendurado pelos pés e com as mãos atadas atrás das costas enquanto alguém nos dá com um pau nas pernas. Envolve por vezes uma dura negociação, uma cadeira e algumas cordas. E normalmente acaba com ele no carro a chorar aos berros, a mãe com a cabeça encostada ao vidro e eu a revirar os olhos. E apesar de saber que tem de se vestir todos os dias, todos os dias é o mesmo fado. Todos os santos dias. Menos hoje. O melhor dia do ano. É que nem o acordo. É agarrar nele e enfiá-lo no carro.

*O dia nacional do pijama  (20 de Novembro) explicaram-me ser um dia solidário de crianças para crianças, sobre o direito das crianças a crescerem numa família.