14/01/2015

ELE É CHARLIE


Hoje saíu o novo Charlie Hebdo. Tenho uma opinião sobre tudo o que se passou e tudo o que se disse sobre coragem, liberdade de expressão, comer e calar, não comer e não calar, pôr-se a jeito, lutar, fé, religião e Deus. E é muito diferente da do tipo lá do programa das casas remodeladas. Não preciso de escrever a minha opinião, porque quem me lê sabe exatamente qual ela é. Está em todos os textos que escrevo e em todas as histórias que conto neste blog. E é com alento que vejo na capa do Charlie Hebdo, esgotado em todo o lado, que a liberdade de expressão e a coragem ganharam outra vez.

Agora se há muitos Charlies ou se são todos Charlies, se não são Charlies, ou se querem ser Charlies mas na verdade não são Charlies, isso tudo é discutível. A verdade é esta: o meu cão é Charlie.

A ESPERANÇA É A ÚLTIMA A MORRER


Adoro o meu cão. Já tinha dito isso, né. Mas vou confessar uma coisa. Acordar às 6 da manhã para ir correr com ele é coisa que não me deixa em pulgas. Até para mim que sou madrugador. Principalmente no inverno quando o termómetro marca 3º C. Apesar de fazer parte da minha rotina diária e fazer de mim um herói, um gajo saudável, um louco, uma inspiração, um poeta do asfalto e essa merda toda, a verdade é que preferia ficar na cama pelo menos mais uma ou duas horas. E por isso confesso que um dos meus 12 desejos de ano novo foi que o meu cão aprendesse a ir à rua sozinho. Mentira. Não foi um dos 12 desejos. Foram seis. Gastei metade dos meus 12 desejos só a desejar que o meu cão aprendesse a ir à rua sozinho. E não desejei só que ele fosse sozinho. Desejei que ele saísse de casa sozinho, levasse o saquinho para apanhar as poias, fosse correr, alongasse, fizesse o que tinha a fazer, apanhasse, metesse no lixo, voltasse para casa, abrisse a porta devagarinho para não me acordar e voltasse a deitar-se. Só isso. Ah e se me fosse preparando o pequeno-almoço então era ouro sobre azul. Mas entretanto li um artigo não-sei-onde a dizer que os labradores eram cães burros. Que balde de água fria.

Mas hoje li a notícia que me renovou a esperança. Um labrador que apanha o autocarro sozinho para ir para o parque brincar. Eu sabia que era possível. Finalmente. Vou poder dormir 6 ou 7 horas por dia.

O vídeo aqui em baixo.