18/07/2014

O MUNDO É COMO O VEMOS {NÃO COMO ALGUNS O QUEREM MOSTRAR}

As capas dos jornais Correio da Manhã e Diário de Notícias enojaram-me hoje. Não tanto pelos corpos que estão ali atirados depois da tragédia de ontem com o avião da Malaysia Airlines. Mas pela falta de respeito às pessoas que ali jazem. Pela falta de respeito aos familiares e amigos. Pela falta de respeito à humanidade. À humanidade. Conceito que estes jornais claramente não conhecem. Aparentemente vale tudo para estes jornais venderem. E para mim, só uma mente podre e doentia seria capaz de aprovar esse tipo de imagem para dar conta da notícia. Os jornais Público e Jornal de Notícias também fazem da notícia capa de jornal e não tiveram de recorrer a uma estratégia doentia. Escolheram fotos que retratam a tragédia sem exporem corpos contorcidos no meio de metal dobrado. Nota-se pelo menos alguma sensibilidade na escolha das capas que vão estar expostas aos olhares de todos, crianças inclusive.

Para mim, isto é o suficiente para não querer nunca mais agarrar num jornal daqueles. Não que o fizesse antes. Nunca me identifiquei com o tipo de jornalismo do Correio da Manhã. Já do Diário de Notícias, esperava melhor. Enfim, é o que é. Neste caso lixo.

E é no meio de uma sociedade destas que tentamos educar os nossos filhos e filhas. Ninguém disse que seria fácil. E já sabíamos para o que vinham quando decidimos ter filhos. Uma sociedade onde se formam filas de trânsito intermináveis só para se abrandar na tentativa de ver melhor um acidente de automóvel, e quem sabe ver um corpo estendido. Uma sociedade que pára para ver uma discussão ou uma briga sem no entanto tentarem impedir ou pacificar. Uma sociedade que aplaude um homicida que andou fugido não-sei-quanto tempo. Uma sociedade que enche o facebook de lixo deprimente. Uma sociedade que instiga ao ódio, ao racismo, à discriminação, à estigmatização. Entre povos, entre países, entre pessoas. Entre homens e mulheres. Uma sociedade sádica, doentia e cruel.

Felizmente, gosto de pensar que são nuances da sociedade. A excepção à regra. Gosto de pensar que a sociedade tem para oferecer e oferece muito mais coisas boas do que isto. Há muito mais jornais competentes com gente sã do que jornais incompetentes com gente doentia. Há muito mais videos bons de gente incrível e feitos maravilhosos na web do que videos de decapitações e suicídios em directo. Encontro notícias e vídeos incríveis todos os dias. Que me dão orgulho de viver neste planeta. De ser um ser humano. E de nunca me arrepender ou me culpabilizar por ter trazido o meu filho a este mundo.




04/07/2014

KEEP ON PUSHIN'

Já falei uma vez sobre isto. E agora o Ricki Bedenbaugh realizou um video. Assim somos nós. Nesta família anda-se sempre para a frente. No matter what. We keep on pushin'.

01/07/2014

BATE BATE CORAÇÃO {MAS COM CALMA}


A propósito do último post...

Fui ao cardiologista. Especialista em arritmologia. Um extraordinário médico. Viu os meus exames todos. ECG's, análises, ecocardiograma e prova de esforço. Tudo óptimo. Explicou-me tudo com detalhe e pormenor. Fez questão que eu só saísse de lá sem qualquer dúvida. Não há muitos médicos assim. E é pena. Porque é assim que deviam ser todos. Não se apressou nem me apressou na consulta. Foi-me tranquilizando. Quando ficava muito tempo a analisar algum exame, percebia que eu ficava em estado de alerta e dizia-me "não se preocupe, está tudo normal. Estou só a ver o detalhe". Fazia-me perguntas. Dava-me respostas. E deixava-me que lhe perguntasse tudo.
Resultado, parece que tenho uma Taquicardia Paroxística Supraventricular. Uma espécie de curto circuito que acontece no meu coração em que o "sistema eléctrico" do coração sobrepõe um impulso adicional para ele bater. Quando isso acontece o meu coração "salta" um batimento. E às vezes, esse "saltar" do batimento desencadeia uma sequência repetitiva de batimentos em cadeia a alta velocidade. Por isso o meu coração pode a qualquer momento passar de 60 BPM a 160 BPM. A boa notícia é que apesar de assustador e aflitivo não é normalmente perigoso ou mortal em corações saudáveis e com estrutura normal. Que é o caso do meu. Entretanto o cardiologista ensinou-me alguns truques para interromper esse curto-circuito e acalmar o coração quando isso acontece. São duas. Uma é suster a respiração e fazer força como se fosse evacuar. A outra é pôr os dedos na boca e causar um "gag reflex" que é aquele reflexo de quem vai vomitar. Portanto se me virem na rua e parecer que estou a "evacuar" ou a vomitar-me em pleno passeio, é só porque estou a ter uma taquicardia. No worries.

Nota: o fantástico cardiologista chama-se Dr. Manuel Nogueira da Silva e foi na CUF Descobertas. Grande médico. A fotografia da minha frequência cardíaca é através da app Instant Heart Rate para iphone.